Sim, as verdadeiras viagens são interiores, as vivências da Alma. Lembremo-nos sempre de Sócrates (refiro-me ao filósofo grego) e de Kant que não viajavam foram do âmbito das suas cidades. Contudo, as viagens exteriores ajudam, abrem-nos horizontes, dão oportunidades às sincronicidades, permitem sentirmos outras paisagens, outras culturas, e por vezes contactarmos subtilmente com esse mistério que estruturou espiritualmente as grandes civilizações da Antiguidade. Há que buscar a novidade do que é muito antigo, dizia Almada Negreiros...
Estou em Paris, cidade que amo, que calcorreio quilómetros e quilómetros. Ler um bom livro no Jardim do Luxemburgo, descer até à Notre-Dame, seguir até ao Louvre, recordar junto ao obelisco trazido do templo de Luxor (Praça da Concórdia) a aventura egípcia Napoleão, são para mim um rituais de fruição estética (e não só) que se mantêm vivos.
Como é sabido a egiptologia deve muito a Napoleão e aos franceses. Interesse que permanece fortíssimo hoje em dia. Não o é para menos. O Egipto tem a «novidade» que o Almada Negreiros buscava e que Schwaller de Lubicz investigou durante décadas nomeadamente através do estudo da geometria sagrada.
Daqui a poucos dias estarei novamente em Luxor, poderei reencontrar-me com a divina estátua de Tutmósis III (imagem acima) e a majestade do Templo de Karnak. Será a primeira vez que visitarei Hermopólis, a cidade sagrada de Thot, o deus da sabedoria assimilado helenisticamente como o Hermes Trismegisto, o três vezes grande. E amanhã já estarei na velha terra de Khem, perto das Pirâmides e da enigmática «Tumba de Osíris» assim baptizada por Zahi Hawass, essa cripta subterrânea encontrada no Vale de Gizé com um «sarcófago» vazio ladeado por água. A meu ver, um lugar iniciático. Juntar-me-ei a uma expedição de investigadores de 7 países. Vamos seguir pelo Nilo durante semana e meia... sim, claro, gostaria que fossem meses.
Irei dando notícias no blog.
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Que os Deuses te inspirem e banhem a tua Alma em vivencia mágicas; assim, o tempo suspende o seu curso.
ResponderEliminarBoa noite,
ResponderEliminarestive agora mesmo a visitar estes textos tão interessantes e não quero deixar de enviar uma pequena mensagem.
O passado oferece-nos de facto referências muito importantes, informando o presente e a construção do futuro. A natureza, as obras e os pensamentos, as civilizações. E os filósofos estão entre nós, atravessando as páginas do tempo.
Que bela viagem, começando em Paris e seguindo depois o curso do Nilo. Vou voltar para seguir a rota dessa fascinante aventura.
Boa viagem !
M. A. Neves
O passado é importante para entender onde chegámos,assim como o presente indicia onde chegaremos!
ResponderEliminarDe Paris às terras baixas do Antigo Egipto é um périplo a que poucos, nos dias de hoje, se submetem e se aproximam. Não tanto pelo prazer e conhecimento que nos dá esses dias de percurso, mas a sombra nefasta que integrismos e anti-ocidentalismos reproduzem através de fanáticos religiosos em acções directas que visam a morte de turistas e guias.
ResponderEliminarAinda bem que tudo correu normalmente e que, através das suas palavras atentas e conhecedoras, nos pôde transmitir tão sedutoras e conduzentes descrições.
Um abraço
PA